uma maneira de contar a verdade

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os primeiros filmes que vi fora do circuito comercial foram em situação de constrangimento. Un Chien Andalou, de Luis Buñuel, numa sala em obra, praticamente um barraco, no MAM/ RIO e Sunrise / Aurora, de Murnau, na sala do consulado americano.
O primeiro com minha mãe face às imagens surreais como a exibição de seios.
O segundo com um carinha que encostava a perna na minha. Eu tremia mas não me afastava.Forçava a minha contra ele. Praticamente tremendo da cabeça aos pés. Talvez tivesse sido o ar condicionado.
Com dificuldades como essas experimentei o cinema. Purificação chamo, que engraçado mas note que antes falava de falta de respiração. Aì tem despoluição neste processo sensível que a arte provoca, desencadeia, por relações possíveis, verdadeiras, estarem às vezes encobertas por problemas imediatos meio sufocantes, poluição vária, de pensamentos que nos distorcem e tal.
Mas nunca os tremores, a exposição, a poluição me impediram de me "segurar",ôpa,de manter-me atento à arte e ao olhar.